12 escritoras portuguesas que vale a pena (re)descobrir

São mulheres de diferentes gerações, percursos de vida, e estilos literários, que que se unem no amor pela escrita em português. Com uma obra vasta, foram distinguidas com inúmeros prémios e venderam milhares de exemplares. Por tudo isto, estas escritoras portuguesas alcançaram um merecido reconhecimento pelo seu contributo literário, cá dentro e lá fora – mas será que já conquistaram um lugar na tua estante?

1. Sophia de Mello Breyner Andresen

A Menina do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen

Nascida no Porto no ano de 1919, Sophia de Mello Breyner Andresen consagrou-se como uma das escritoras e poetisas portuguesas mais populares do último século – e continua surpreendentemente atual. As suas obras, inspiradas no dia-a-dia, e em temas como as relações, o mar, ou a passagem do tempo, foram traduzidas em várias línguas.

Ao longo da sua vida recebeu inúmeros prémios que confirmaram o seu papel no panorama literário português, nomeadamente o prémio Camões (1999), o Prémio Poesia Max Jacob (2001) e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana. Depois do seu primeiro livro “Poesia” em 1944, publicou outros tantos do agrado de miúdos e graúdos, como a “Menina do Mar, “A Fada Oriana”, “O Cavaleiro da Dinamarca, “Histórias da Terra e do Mar”, e “O Nome das Coisas”. Qualquer uma destas obras é um excelente ponto de partida para conhecer um pouco melhor uma das maiores escritoras portuguesas de todos os tempos.

2. Ilse Losa

O Mundo em que Vivi de Ilse Losa

Nascida na Alemanha num tempo onde ser judia era perigoso, fugiu com a família para Inglaterra ainda criança e veio a encontrar refúgio em Portugal, a partir de 1934. Deixou-nos uma obra vasta de romances a crónicas, passando por contos e literatura infantil.

O seu primeiro romance, de 1949, é um dos mais míticos da autora: chama-se “O Mundo em que Vivi”. Retrata a infância da autora e o ambiente de guerra vivido em solo nazi. De resto, as suas histórias, têm uma tremenda capacidade de captar as angústias da infância e adolescência. Foi galardoada em 1984 com o prémio Calouste Gulbenkian (1984) atribuído ao livro “Na Quinta das Cerejeira”. “Sob Céus Estranhos”, “O Príncipe Nabo”, “Caminhos sem Destino” são outras obras que colocam Ilse Losa entre o panteão das melhores escritoras portuguesas.

3. Agustina Bessa-Luís

Jóia de Família de Agustina Bessa-Luís

Agustina Bessa-Luís entrou pela porta grande no mundo literário com “Mundo Fechado”, novela de 1949. Foi aqui que a autora, um dos maiores nomes da cena nacional, afinou aquele que seria o seu cunho pessoal, com temáticas, forma e estilo presentes em várias outras obras. Depois disso brindou-nos com Contos Populares e com o romance que inscreveria o nome da autora de Amarante em qualquer antologia da literatura portuguesa – “A Sibila”.

Este romance segue a história de três gerações da família Teixeira, numa narrativa bela e surpreendente coloca a cru as traições, jogos de poder, manipulações e visões diferentes que existem dentro de uma família. “Joia de Família”, “Aforismos”, ou o “Princípio da Incerteza” compõem uma obra rica e variada da autora que a tornam leitura obrigatória.

4. Teolinda Gersão

O Regresso de Júlia Mann a Paraty de Teolinda Gersão

Uma das escritoras portuguesas mais promissoras da atualidade, Teolinda Gersão coleciona distinções. Entre os seus maiores sucessos destacam-se os livros “O Silêncio” e “O Cavalo de Sol”, “A Árvore das Plantas” ou “Histórias de Ver e Andar” – este último, recebeu o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco.

Além destes contam-se mais títulos premiados, alguns adaptados teatro e cinema, não só em solo nacional, como também na Alemanha e Roménia. Podes encontra o seu livro mais recente – “O Regresso de Júlia Mann a Paraty – na note! Nesta obra, a autora mergulha numa viagem à mente de três personagens históricas fascinantes, que se interligam numa construção magistral. Um livro com a marca inconfundível de uma das mais esplêndidas vozes das letras lusófonas.

5. Helena Sacadura Cabral

Perdidos de Amor de Helena Sacadura Cabral

Economista, jornalista, professora, escritora, Helena Sacadura Cabral desempenha com maestria cada uma das missões a que se propõe. Foi, por exemplo, a primeira mulher portuguesa a desempenhar funções nos quadros técnicos do Banco de Portugal.

No que à arte de escrever diz respeito, conta já com mais de 24 obras publicadas, entre as quais merecem particular destaque “Amores Imperfeitos”, “E Nada O Vento Levou” e “O ABC Da Vida”. O último romance, desenvolvido a partir do próprio diário da autora, é “Perdidos de Amor”. Aqui, seguimos um conjunto de histórias sobre os inexplicáveis caminhos que nos levam ao amor. Entre alegrias e tristezas, medos e crenças inabaláveis, vamos ficando a conhecer a vida de Madalena, mas também o retrato de uma sociedade em mudança e a cristalização das conquistas femininas no passado recente. Indispensável.

6. Lídia Jorge

Misericórdia de Lídia Jorge

Lídia Jorge aparece pela primeira vez no panorama literário português com o livro “O Dia dos Prodígios”. Ao longo dos anos, foi presenteando os leitores lusos com diferentes obras de diversos estilos, desde romances, a ensaios, poesia, contos e crónicas.

Em 1988, é reconhecida internacionalmente pelo título “A Costa dos Murmúrios”, mais tarde adaptado ao cinema. A partir daí, multiplicam-se os prémios que a confirmam como uma escritora portuguesa de excelência. Na tua estante são obrigatórios, além dos já mencionados, os títulos: “Vale da Paixão”, “Combateremos A Sombra” ou “Misericórdia”. Nesta última obra, seguimos o diário do último ano de vida de uma mulher incorpora no seu relato o fulgor das existências cruzadas num ambiente concentracionário, e transforma-se no testemunho admirável da condição humana.

7. Isabela Figueiredo

Um Cão no Meio do Caminho de Isabela Figueiredo

Entre as obras mais distinguidas de Isabela Figueiredo estão “A Gorda” e “Um Cão No Meio Do Caminho, praticamente obrigatórias para quem quiser compreender o melhor da literatura nacional. O romance autobiográfico “Caderno de memórias coloniais” foi eleito uma das obras portuguesas mais relevantes da década, e apresenta um olhar único sobre o passado colonial de Portugal. Narrado do ponto e vista de uma criança, não faz concessões na apresentação da relação de poder estabelecida entre brancos e negros.

Em comum, todas estas obras têm uma escrita simples e direta, personagens complexas e bem construídas e enredos surpreendentes. Uma das grandes escritoras portuguesas do momento, aclamada pelo publico e pela crítica.

8. Margarida Rebelo Pinto

Alma de Pássaro de Margarida Rebelo Pinto

Margarida Rebelo Pinto é um nome popular nas prateleiras das livrarias portuguesas há vários anos. O que não é de estranhar já que ao longo de duas décadas carreira publicou mais de 25 livros, na sua maioria romances, mas também crónicas e livros infantis. Ao todo, já vendeu mais de um milhão de cópias.

“Sei Lá”, foi o seu primeiro livro, lançado em 1999, e é uma excelente porta de entrada para o universo da autora. Para além desta obra, vale a pena ler “A Certeza do Acaso”, passado em Lisboa durante a pandemia, “Português Suave”, um romance em tempos de ditadura, ou “Alma de Pássaro”, um romance intenso.

9. Isabel Stilwell

Inês de Castro de Isabel Stilwell

Isabel Stilwell é conhecida principalmente pelos romances históricos. Apesar das muitas obras em estilos muito diferentes, como “As Mães Têm De Ser Chatas”, e até de literatura infantil, como “Histórias Para Os Avós Lerem Aos Netos”, é na literatura histórica que imprime a sua imagem de marca.

Depois de “D. Filipa de Lencastre” (um enorme bestseller nacional), seguiram-se obras míticas como “Inês de Castro”, “Catarina de Bragança”, “D. Maria I” ou “Isabel de Aragão”, entre outros. Livros que nos convidam a viajar ao passado e conhecer a influência feminina destas mulheres que fizeram parte da nossa História.

10. Iris Bravo

O Regresso de Julie Blue de Iris Bravo

Iris Bravo é licenciada em Medicina. E se aparentemente isto nada tem a ver com a escrita, a verdade é que a autora já confirmou em entrevista que a sua profissão também a terá inspirado a tornar-se escritora.

A sua paixão por contar histórias materializou-se pela primeira vez com o romance “A Terceira Índia”, votado como um dos melhores livros de 2020 no Book Gang (comunidade de leitores com mais de 20 mil membros). Além deste livro, também “A Nova Índia e “O Regresso De Julie Blue” constituem trabalhos excecionais.

11. Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães

Uma Aventura Numa Noite de Tempestade de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada

Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães têm lugar cativo na lista de grandes escritoras portuguesas pelos livros que marcaram a infância de várias gerações. Trata-se de “Uma Aventura”, a coleção que põe os leitores a sonhar com grandes... aventuras (óbvio!). Seja na escola, na Quinta da Pena, em Conímbriga, na Noite das Bruxas, no Estádio, e em tanto outros sítios, não há limites para a criatividade quando estas duas autoras se juntam.

Tudo começou em 1979, quando as autoras se cruzaram na Escola Básica Fernando Pessoa. Em 1982 foi publicado o primeiro livro: Uma Aventura na cidade. A saga conta já com 63 títulos e mais de nove milhões de exemplares vendidos: Isabel e Ana são ainda co-autoras da coleção “Viagens no Tempo” e Asa Delta.

12. Maria Inês Almeida

O Pequeno Livro da Empatia de Maria Inês Almeida

Quatro anos após receber o Prémio Revelação do Clube de Jornalistas, Maria Inês Almeida decide dedicar-se à escrita direcionada aos mais pequenos. Hoje em dia, podes encontrar mais de 65 livros desta autora, sendo que vários constam no Plano Nacional de Leitura.

O “Diário De Uma Miúda Como Tu”, “O Pequeno Livro da Empatia”, “Com Pensos Tudo Passa” e “Carta Aos Líderes Do Mundo” são títulos apreciados por filhos e pais. Para começar desde pequenino a pensar em grande.

A esta listagem podíamos acrescentar mais nomes de mulheres que ousaram imprimir as suas ideias, histórias, inspirações, ficcionais ou verídicas. Encontra estas e muitas mais na secção de livraria na nossa loja online ou nas nossas lojas físicas.